A 20 dias do júri do caso Kiss, Jader Marques, advogado de defesa de Elissandro Spohr, um dos sócios da boate, falou à CDN, na manhã desta quinta-feira. O advogado justificou o motivo de ter lançado um documentário sobre Spohr e por qual motivo solicitou a substituição de testemunhas.
Na tarde de quarta-feira, o advogado protocolou um pedido de substituição de testemunhas à 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Porto Alegre. A defesa de Spohr quer incluir, como testemunhas, o ex-prefeito de Santa Maria Cezar Schirmer e o promotor de Justiça Ricardo Lozza.
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Questionado sobre este movimento, o advogado revelou que, após análise de situações anteriores, essa foi uma decisão coerente:
data-filename="retriever" style="width: 25%; float: right;">- O que aconteceu em relação a esse pedido de substituição foi que, anteriormente, um defensor fez um pedido ao magistrado de substituição de testemunha e teve esse pedido deferido. O falecimento de uma das vítimas também provocou a substituição por outra pessoa e, agora, nessa fase final, tivemos uma manifestação do IGP pelos seus diretores, solicitando que a perita, que era minha testemunha, não fosse chamada, por se tratar de uma pessoa que já prestara esclarecimentos nos autos. Ela solicitou a possibilidade de responder por escrito, mostrando uma certa insatisfação em ter que prestar depoimentos. Percebi, a partir desse movimento, que seria o caso de desistir dessa testemunha - comentou Jader.
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DOCUMENTÁRIO
Sobre o lançamento do documentário 'Kiko da Boate Kiss', lançado na última segunda-feira, Jader indicou qual deve ser a estratégia de defesa, salientando que, de maneira geral, os jurados não julgam a pessoa somente pelo o que ela é acusada, mas, também, "das situações anteriores e posteriores aos fatos que estão em julgamento".
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O advogado também comentou sobre como esta sendo o processo de defesa de Elissandro durante os últimos 9 anos e rebateu acusações de que o projeto (documentário) se trata de uma estratégia para ganhar vantagens com o júri.
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Sobre o julgamento, Jader reiterou o posicionamento que mantém desde quando assumiu a defesa:
- Esse processo não pode ser um marco da impunidade dos agentes públicos.
O CASO
O incêndio ocorreu em 27 de janeiro de 2013,em Santa Maria. Morreram 242 pessoas e outras 636 ficaram feridas. O julgamento do processo foi transferido para a Comarca da Capital, por decisão da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Inicialmente, o desaforamento (mudança de cidade do júri) foi concedido a três dos quatro réus - Elissandro Spohr, Mauro Hoffmann e Marcelo de Jesus. Luciano Bonilha Leão foi o único que não manifestou interesse na troca (o julgamento chegou a ser marcado em Santa Maria) mas, após o pedido do Ministério Público, o TJRS determinou que ele se juntasse aos demais.
No processo criminal, os empresários e sócios da Kiss, Elissandro e Mauro, e os integrantes da Banda Gurizada Fandangueira, o músico Marcelo, e o roadie (encarregado pela troca de instrumentos) Luciano, respondem por homicídio simples (242 vezes consumado, pelo número de mortos; e 636 vezes tentado, número de feridos).
Colaborou: Fellipe Medeiros